terça-feira, 13 de novembro de 2012


Queria te olhar agora bem além da tua íris


Das tuas multiformes alegrias.

Tuas diversas dores.

No lugar exato dos teus medos.

"Medos e Persas guerreando como brinquedos"!
Se eu pudesse...
Te olhar agora. Assim, pelo avesso.
Tocar as ranhuras da tua alma.
De leve. Tão de leve quanto um sussurro.
Ver teus escuros. Te acender com um beijo.
Assim, pelo avesso.
Talvez eu possa. Se estiveres mais perto. Talvez.
Talvez eu queira agora
e amanhã já não esteja tão certa.
Porque entre meu desejo e o teu querer,
entre a minha vontade e tuas inúmeras fugas,
há espaço suficiente para criarmos
nossos labirintos de refúgios.
Secretos. Discretos. Únicos.
E confesso-te, criança, estou cansada!
Não mais Pique esconde.
Não mais esgueirar-se. Negar-se. Esconder-se.
Se é amor, é porto, é final, é verdade.
Quero apenas te olhar agora bem além da tua íris
e caminhar com você ao longo da praia
do mar que és tu, até perder-nos de vista
no lugar exato dos teus medos.
Assim, pelo avesso.
Se eu pudesse...



                                                                                                                Gersonita Paula

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